quinta-feira, 20 de março de 2008

vazio

Não sei o motivo, mas escrevo. assim como não sei o por quê de muitas coisas e acabo as aceitando. Não sei nem mesmo se alguém vai ler, se alguém verá sentido. Simplesmente o faço. Sem me importar com a construção poética ou com a gramática vou desenvolvendo um pensamento que na realidade é o “não pensamento”, sem questionar vou escrevendo torcendo para que alguém entenda este tão recheado vazio, este momento de entrega, este pedido de socorro silencioso em um canto da grande rede. O mais silencioso dos gritos ecoando em meio ao vácuo, do vazio que é elemento central deste “não texto”. Não imaginava a falta de assunto como um tema tão difícil de descrever, creio que digitar três pontos (...) ou mesmo dois parênteses (( )) representariam a mesma coisa, resumiriam este texto. Mas resolvi escrever.å

quarta-feira, 12 de março de 2008

insone

Desde cedo durmo tarde. E com o tempo foi ficando mais difícil. Me tornei um insone.
Difícil de pegar no sono e fácil de despertar, não são raros os dias em que quando estou pegando no sono algo vem a mente e o corpo desperta. Não sei explicar com dados científicos, mas é assim. Eu desperto.
Se não fossem os horários a cumprir ficaria bem tranquilo, pois nestas noites insones minha mente funciona bem. Do corpo não posso falar o mesmo, uma sensação de anestesia toma conta da velha carcaça. Nestas noites já escrevi, desenhei, tentei fazer vídeos, tentei tocar violão, conversei com amigos distantes e acima de tudo pensei. Talvez seja um delírio ou até mesmo um sonho bom esta coisa de achar que a mente funciona bem durante as crises de insônia, mas acho que é o que me resta, ver algo bom nestes momentos. Só sei que o tempo voa e sinto que estou desperdiçando esta rara moeda contabilizada por relógios.

terça-feira, 4 de março de 2008

memórias...



Memórias...
Ás vezes me sento em um canto... Quieto... E tenho lembranças estranhas.. Em rápidos flashs volto a momentos bons e ruins de minha normal existência.

De repente estou de bicicleta na rua de casa, ela nem era asfaltada.. correndo atrás de minha super bicicleta (sorteada no albúm do Paulistinha) está Cristina. Como sempre minha vizinha está com sua longa trança balançando e seguindo freneticamente seus movimentos... É uma tarde ensolarada a luz forte atrapalha a visão e aquece minha face, mas eu me concentro para não cair da bicicleta.Sei que estou seguro, pois ela está segurando na “garupa” me equilibrando. Olho para trás e vejo a Cristina meio distante... Estou andando de bicicleta sozinho!!! Sozinho!! Meu sorriso deve estar até engraçado... Meu rosto deve estar todo arreganhado de tanta felicidade, uns 10 metros depois encontro um barranco no canto direito da rua. Adeus sorriso. Como arde meu joelho.

Agora caminho sobre o viaduto da Duque de Caxias em Bauru, é a primeira semana de aula... Eu careca como todo bicho com o grande sol queimando minha cabeça. Quem é aquela menina do outro lado do viaduto? Estranho.. parece que a conheço.. Sigo em frente.

Volto alguns anos e estou sentado em um freezer de schincariol.. deve ser 1994.. conheço pouca gente na festa, mas 8 reais e beber a votade não é todo dia. Cerveja meia boca.. mas é festa! A banda é de amigos, nos chamam para uma canja e eu bebaço solto a linda frase: “a gente não toca cover.. nem alfacer...”.. triste.. triste..

Olho pra frente e vejo slides. Aula de história da arte com a diretora do depto. Dra. Cleide. Estava voltando do Baiano.. entrei na aula atrasado.. tinha tomado diversos “pés queimados” (bebida típica do boteco em frente a unesp de Bauru.. sei lá o que vai naquilo...) com o Simon. Fico curioso e começo a perguntar.

Tenho 2 ou 3 anos.. Muita gente em casa... saio em meio a multidão e ninguém liga pra mim. Vou pra rua. Atravesso e vou para o lado da casa do “Seo Laurindo” tem um terreno com algumas frutas.. Goibeira.. Entro.. Vou até o fundo do terreno, é do lado da linha de trem. Medo. Começo a chorar. Depois de algum tempo me acharam. Só sei que era 19 de novembro.

Acordo numa sala estranha.. mas me sinto em casa.. No sofá ao lado está uma moça baixinha... Ela dorme.. Boca entreaberta.. A luz da tv ligada ilumina o lado esquerdo de seu rosto, gosto muito do que vejo. Será um sonho? Gosto deste lugar... Olho a minha volta e vejo dois carros prata na garagem, um piano (!?), me sinto em casa.. Volto a dormir.

Depois de uma piscada,volto a olhar pra frente.. tem gente “pracarai” neste lugar... o palco é enorme... do lado esquerdo vejo o guilherme com a camisa do AEA.. do outro o irã do lado do tom... o batera parece o pepa e bate a baqueta 4 tempos . Começa o som.. conheço a música! Se chama Wake up. Já que estou com um microfone na mão.. o que me resta é cantar.
Quem sou eu?