segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

rápido

domingo, 28 de dezembro de 2008

mudanças

“Está muito bom! Isto é tudo o que eu quero!!”

A frase acima foi o presente há alguns tempos atrás, hoje ela não é mais a verdade de quem a disse. O tempo impõe suas mudanças e leva os ventos para outras paisagens. Assim como o vento as vontades e desejos mudam e até as pedras este vento pode alterar.
Em alguns momentos imaginei alguns de meus sentimentos como pedras inertes, mas com o tempo vi que o vento esculpiu mudanças que nunca imaginaria. Hoje digo que tudo realmente muda. Algumas coisas melhoram, outras pioram.. depende do ponto de vista, mas hoje vejo que tudo muda...
“Eu tenho certeza que não vou mudar de idéia a respeito disto..” esta foi a verdade de ontem, hoje eu poderia dizer que não é nada disto, mas hoje eu não sei de nada.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Myself universe

Olhando e cuidando cada um de seu umbigo, assim segue o que até agora é conhecido como humanidade. Cada um é seu próprio universo, cada um é o dono da verdade. Verdade é um termo que perdeu seu sentido se analisado deste ponto de vista. O que o outro afirma ser mentira é a sua verdade e assim seguimos com nossas vidas de mentira (ou seriam reais)
Assim como alguns termos caem ao solo, caem também algumas crenças. A nova religião é totalmente baseada em cifras, alguns ao ouvir esta declaração gritam aos 4 ventos que a “antiga” religião também era baseada na mesma coisa... E assim começa um monólogo sem fim. Tudo em busca da grande verdade, da resposta para todas as perguntas.
E os pequenos universos seguem seus caminhos sem se importar com os que estão a sua volta. Só tomam conhecimento de outras existência quando se colidem e quando isto ocorre quase sempre é muito tarde.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

cara a cara

Já tinham se passado alguns segundos e ainda estavam frente a frente, cara a cara! ambos com cara de enfezados, ambos prontos para as vias de fato. Ele não entendia ainda como chegou em tal situação. Passando pela rua resolveu fazer uma graça perante seus amigos falando algumas bobagens para um morador de rua e este respondeu à altura, aliás, respondeu com um vocabulário extremamente rico que ainda ecoava em sua mente. Como aquele maltrapilho poderia ter dito tudo aquilo a seu respeito? Quem é ele? Não era um décimo do que nosso personagem achava ser. Ele com certeza não teve acesso a uma escola de nível, ele não deveria conhecer 3 idiomas, ele não tinha um carro esportivo tão belo e caro quanto o seu. Ele era um mendingo!
E seus amigos estavam a sua volta ansiosos pelo combate, apenas a Dani estava chocada.. logo ela!
E a menos de 30 cm da cara do mal vestido e fedoreto opositor ele continuava, olhando no fundo dos olhos dele. Ainda não entendia como aquela pessoa conseguira ler sua alma vazia tão a fundo. Tudo o que dissera era real, ele se sentia mal ao lembrar de tudo.. um certo enjoô tomou conta de seu estomago. Mas deveria ser pelo mal cheiro! Neste momento ele ate entendia os jovens de outras cidades que ateavam fogo em moradores de rua, ele pensou na frase: "eles estão desinfetando a cidade!! Isto sim!!"
Depois de vagar um pouco sua mente volta o foco para a situação. E lá estava frente a frente.
Ele percebe um movimento no rosto do morador de rua.. Ele iria falar algo, com certeza seria uma rendição! O inimigo deve ter reparado em seu corpo malhado que ele fazia musculação e artes marciais. Iria se render a superioridade!
Neste momento palavras sae da boca do seu inimigo.. e estas ecoam até o momento em sua cabeça, o que ele falou ao dando um passo em sua direção: "Você é um bosta!!". Concordando com a declaração: desistiu da luta.

nada de novo (novamente)

"Sem nada novo a dizer volto a cena"... Começo o texto citando uma letra de música.. minha! Auto-promoção? Marketing pessoal?? Fome de fama??
Quem sabe... as coisas andam tão confusas que as vezes até nós mesmos nos enganamos. Seja furando uma dieta, se auto-destruindo, colocando tudo a perder por um acesso de raiva... O que acontece é que as vezes nem nós sabemos nossa real intenção. Quanto mais a alheia.
O melhor a fazer é viver. Sem se preocupar com os demais.
Mas a citação inicial me veio a mente por descrever bem o momento: fome de comunicação X falta de pauta. O engraçado que a falta de pauta não é um problema exclusivo deste que vos escreve, está presente na matéria jornalística igual a de outra mídia ou até mesmo no papo de fila de banco. Tudo se repete e tudo insiste em não informar.
E minha fome de informar me motiva a mandar pro ar este punhado de palavras que tento organizar para formar frases coerentes. Que muitas vezes insistem não ser muito coerentes, mas é a tentativa.
A fome de comunicar me faz tentar fazer algo que não é de minha alçada, música. A fome de informar me faz falar um pouco além da conta. Mas tenho que informar, mesmo sem muito o que acrescentar. Não sei o que me leva a ser este "ser informacional", que cita versos desconhecidos. O interessante é que mesmo sabendo que ouvirei apenas o eco do que estou tentando dizer, eu continuo escrevendo... palavras soltas vagando por um mar de desinformação.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Liberdade!!!

O vento era como ele esperava! Apesar de alguns insetos batendo na viseira do capacete de tempos em tempos, era exatamente esta sensação de liberdade que ele esperava ter quando mandou tudo a merda. Chefe, amigos de trabalho, namorada... Tudo!
E com as economias para o casamento, ele comprou a moto de seus sonhos. E agora estrada!! liberdade!!! (e insetos... como tem bicho no caminho da liberdade...)
Nunca tinha andado muito de moto, mas tinha sua habilitação e o tal espírito de liberdade. O espírito andava meio adormecido, mas como uma fênix ele resurgiu em uma crise de raiva. Sua vida foi caminhando para um caminho que não o agradava, mas como ela foi mudando em doses homeopáticas, ele foi engolindo.. Até chegar num ponto insuportável.
Agora precisava se concentrar na sensação de liberdade! Aquele sol!! o vento!!! Estava a caminho da praia, não sabia de qual praia, mas estava na direção do mar... Chegando na primeira cidade com praia ele ira pernoitar, talvez ficar uns dias.. Conhecer umas pessoas do sexo oposto.. Liberdade!!!
Já tinha andado mais de 300 km.. Algumas pequenas paradas para água, esticar as pernas e “tirar água do joelho”... E lá estava nosso personagem central! Sem destino a caminho da viagem de sua vida. Neste momento começou a sentir a perna formigando. Uma leve sensação de caimbra. Mas isto não era nada perto da liberdade!! Um pequeno tormento que nem deveria ser considerado! O que são uns insetos e uma “caimbrazinha” de nada se comparados a liberdade (caraca.. mas como tem inseto.. ).
Alguns quilometros depois nem sentia a tal caimbra, aliás, não sentia a perna esquerda. Assim como sua bunda que estava totalmente adormecida. E ele tentava achar uma posição que desse menos dor nas costas, pois esta começava a incomodar. Ele chegou a cogitar a idéia de que não foi uma boa idéia dar o carro e todas suas economias na moto, mas balançou a cabeça negativamente para espantar esta idéia idiota de sua mente.
Estava em meio a liberdade tendo idéias tolas! Isto era o sistema ao qual ele se submeteu tentando acabar com seus novos ideais... Ele estava acostumado a andar de carro o tempo todo. Era um pequeno burguês!! Foi o pensamento que teve antes de falar em voz alta que isto era o passado. Ninguém ouviu seu grito, mas como foi bom gritar aquilo “Isto é o passado!!” repetiu mais uma vez.
Depois de ter dito isto acelerou ainda mais!! Foi quando passou por um radar de velocidade e voltou a falar sozinho, mas desta vez foi apenas uma palavra: “Caralho!!!!” Depois de alguns kilometros e xingamentos ele começou a pensar e chegou a conclusão que estes radares não “pegam” motos. Ficou mais tranquilo. Só não totalmente tranquilo devido as dores nas costas e a perna direita que imitando a esquerda resolveu adormecer também.
Mas.. era livre!! Tinha o vento na cara!! Aliás, com o capacete ele não tinha o vento exatamente na cara.. Resolveu abrir a viseira do capacete para desfrutar desta liberdade, O fez e sorriu... com era bom!! O sol.. o vento.. os insetos.. (!?) “Insetos!??? Caraio!!! Que merda de insetos!!” Foi o que se passou por sua cabeça no momento que dois pequenos besouros passaram por sua garganta, ato que foi copiado por mais alguns insetos. Quase desequilibrou e caiu da moto ao tossir para devolver os insetos para o mundo.Parou no acostamento tossindo e expelindo insetos. 
Do seu lado estava uma placa: “litoral 400 km”. Olhou para o céu, pensou na vida e depois olhou para a estrada, para os 397 km pelos quais tinha percorrido com sua moto dos sonhos.

sábado, 20 de setembro de 2008

no sense

Perdendo totalmente o sentido de sua existência encontramos o peixe voando. Sinceramente estava mais para um queda do que para um vôo, mas ali estava ele em meio aquele monte de ar e descendo. Até alguns segundos ele estava no aconchego de seu lar, quando de repente um ser estranho o abocanhou subiu até o limite de seu universo e ingressou em um monte de ar. E subiu, subiu muito. Ele bravamente lutava para se livrar de seu agressor, não entendia o que estava acontecendo. No passado aparentemente ele viu algo parecido; parece que um de seus irmãos, ou primos... Não se lembrava bem. Maldita memória! Mas foi um fato assim que o fez temer os peixes maiores. Mas aquilo era inusitado, sem sentido. Um ser desconhecido o abocanhou e levou além de todos os limites do seu curto conhecimento. Assim, sem sentido, foi o momento que este ser o soltou. Exatamente quando ele tinha perdido a esperança e deixado de lutar. sua mente estava muito confusa, não sabia o que aconteceria se o ser o soltasse, conseguiria nadar?
Mas agora estava solto. Estava nadando no ar, mas para baixo. Uma força inexplicável o arrastava. Se ele soubesse o que era a lei da gravidade ele pensaria que estava sofrendo uma pena gravíssima baseada nesta lei, mas ele não sabia o que era gravidade e então pensou em outra coisa.
Pensou que era muito boa a sensação. Pensou que era o melhor momento de sua vida. Respirava mal, mas era incrivel esta coisa de nadar para baixo. Um imensidão azul se aproximava, os reflexos luminosos eram belos. E então ele chegou.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

mirame a los ojos e veras lo que soy

A partir daquele momento ele faria diferente. A vida seria outra, seria melhor. Incrível acreditar que até aquele ponto crucial de sua vida ele tenha engolido tanta coisa. Mas agora, olhando por outro ângulo, ele enfim enxergou o que estava errado. Muito conivente ele foi até aquele dia. Conveniente para todos a sua volta era a situação, para todos menos para ele. Hoje era o dia da verdade, sus filhos, seus colegas de trabalho e até seu chefe ouviriam algumas verdades. Se sentia forte, seguro e muito feliz com sua nova postura. Não temia pelo emprego, pois seu chefe ficaria boquiaberto com tudo o que ele ensaiava mentalmente e falaria daqui há alguns minutos. Um novo homem! Era o que ele via no espelho do banheiro. E neste momento forte batidas na porta o trazem a realidade. Era sua esposa... Automaticamente diz que já está saindo do banheiro e ainda maisi automaticamente pede desculpas. Tudo o que foi pensado cai ao solo. Olhando no fundo dos olhos daquela pessoa apática que ele via no espelho ele se lembra que não é a primeira vez que se desliga e pensa no que deveria fazer, não era a primeira vez que olhava no fundo dos olhos de seu reflexo. Aquilo era apenas uma fantasia. Lava seu rosto e sai do banheiro, a vida real o espera.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Estilo?

Com sua camiseta surrada do Led Zeppelin ela observava o movimento de frente ao palco do bar que frequentava a dois anos. Conhecia a grande maioria dos frequentadores. Já tinha visto a banda mais vezes do que gostaria de ter visto e não tinha a mínima vontade de dançar novamente aquela música que a banda tocava insistentemente um pouco mais rápido do que a original. Na primeira vez que ouviu a versão achou original, mas agora via que eles apenas aceleraram e o vocalista colocou umas firulas.. Nada demais.
Não se imaginava em um outro tipo de balada, só de pensar em uma rave já tinha arrepios. Ela tinha um estilo que foi fundido com anos de conhecimento musical e da "cena". Não queria jogar aquilo fora. Mas ultimamente, especialmente naquele dia, se sentia cansada. Queria algo diferente, mas seu circulo de amizades oferecia sempre mais do mesmo. Tudo previsível e calculado. As músicas, a dança, as bebidas, as drogas (não gostava, mas tolerava os amigos usando), os locais... Enfim: a sua vida. Tudo parecia estar escrito em um flyer de uma festa que aconteceu há dois anos atrás. Inicialmente viveu seu sonho e no momento estava em dúvida se não seria melhor acordar.
A camiseta. Há duas semanas tinha ido ao centro a procura de uma nova, mas a variação sobre o mesmo tema a deixou cansada. Ela já devia ter tido um modelo de cada uma das blusas com suas bandas preferidas e o fato destas bandas já não existirem mais era um ponto para a falta de novos modelos. Chegou a ir a uma loja para ver coisas com cores diferentes, modelos novos... Quando lembrou de sua mãe sugerindo uma blusa parecida com a que tinha em mãos, o sorriso em seu rosto sumiu, assim como o rosto padrão da vendedora também mudou quando ela soltou a blusa e saiu da loja sem maiores explicações. Ela não teria cara de entrar em casa com aquela blusa que foi motivo de discussão familiar. Neste momento pensou que apesar de ter apenas a mãe no mundo, não a tratava tão bem.. Lembrou de momentos de felicidade, de sua infância..
E ali estava ela, no canto do bar, lado direito do palco, em uma mesa onde além do rosto mais sério do bar, se encontravam as bolsas e demais pertences de seus amigos que pulavam de frente ao palco...

Ele não se conformava com as idéias de seu pai quando elas atrapalhavam sua vida. Era complicado aguentar os amigos chacotando sobre seu jeito de vestir, suas roupas baratas. Mas por mais que aquilo o chateasse ele concordava com o pai. Por que dar R$ 100,00 em uma camiseta se poderia comprar duas por R$ 12,00 e ainda comprar um mp3 no camelô com a diferença? seria melhor estar com a blusa com a marca da moda e sem nada no ouvido ou com a blusa branca sem marca e ouvindo suas músicas preferidas? O pai tinha razão. Não foi fácil ganhar os R$ 100,00 empacotando compras no mercado depois da aula. A camiseta não o faria ficar melhor de vida, muito pelo contrário.
As vezes era difícil entender o pai. Era mais fácil ele dar dinheiro para o filho, afinal ele estudava, era comportado.. Mas o pai insistia na idéia de que ele precisava dar valor as coisas. Era legal ver seu esforço se transformar em cifras e depois em um computador, livros, dvds... Talvez o pai estivesse certo, mas poderia facilitar.
E ali estava ele a caminho “da balada”, não era muito de sair, pois tinha tudo o que o divertia em casa, geralmente passava a noite com o pai assistindo um bom filme ou jogando xadrez. No último ano convenceu o pai a jogar video-game e ele, apesar de relutar no início, estava ficando muito bom. Eram divertidas as noites em família, os dois jogando, conversando... Mas agora ele já estava meio crescidinho e precisava sair do casulo, conhecer gente. O flyer que encontrou a caminho da escola falava de um bar onde tocavam o som “da melhor época do rock”, como seu pai sempre dizia.. Ele conhecia todas as músicas de cor de tanto ouvir os discos de seu pai. Agora poderia ver uma banda tocando ao vivo suas músicas preferidas.
Chegando na frente do bar todos olharam para ele com um certo ar de desprezo, olhares que ele conhecia muito bem, mas assim como conhecia os olhares tinha aprendido a lidar com eles. Era só não se importar e seguir em frente. Entrou e foi direto ao bar. Pediu uma cerveja e o primeiro gole do liquido foi o melhor de sua vida. Como estava gelada! A caminhada deu um sabor especial a bebida.
Depois foi direto ao palco. No primeiro acorde reconheceu a música! A melhor de todas! Mas estava difererente, mais rápida!! Esperou um pouco para ver como o vocalista se sairia.. um, dois, três e....foi! O cara era bom.. inventou umas firulas.. mas levava bem a música. Não era como a original, mas os caras mandavam bem. Não gostou tanto da versão, mas estava em um bar. Olhou a sua volta e todos com suas roupas iguais dançavam da mesma forma. Não era legal. Resolveu se soltar e dançar. Sem se importar com o mundo a sua volta dançou até não mais aguentar. Foi difícil ignorar o riso de alguns a sua volta, mas dançou toda a noite, com pequenas pausas para água e para algumas das que foram as melhores cervejas de sua vida.
Na caminhada de volta só conseguia se lembrar da moça sentada ao lado do palco. Ela foi a única diferente do bar, apesar de usar as roupas padrão. Depois de tantos olhares de reprovação, a imagem do único sorriso sincero da noite ficaria em sua mente pelo resto de sua vida.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Leia rápido!

Pressa. Palavra que define bem nossas vidas, nosso tempo, aliás, a falta de tempo que pensamos ter. E com passos rápidos andamos pela rua, sem olhar para os lados,pensando no que vamos fazer ao chegar a nosso destino (era um conhecido ali atrás? preciso falar com ele, mas agora não tenho tempo) e passo após passo seguimos em frente, a caminho de nosso tão esperado destino que nada mais é do que um passo para o que precisamos fazer amanhã. Sempre em frente, no andar dos ponteiros e se possível mais rápido que eles. Engolimos o alimento que a cada dia precisa de mais condimento para que em sua rápida passagem por nossa boca possamos sentir algo sútil do que pode ser o sabor artificial que lembra... Lembra o que mesmo? Ah!! Deixa pra lá, não temos tempo para lembrar de coisas fúteis, afinal estamos quase lá.Pronto! Chegamos! Este é o final? Para isto que corremos?? Que merda...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

estórias

Sem saber da procedência do senhor sentado ao lado da porta de entrada de seu trabalho ele passa praticamente por cima do homem com cara de sofrimento. Afinal ele tem mais o que fazer... Por alguns minutos tentou fazer um storyboard em sua mente do que pode ter acontecido com o tal homem para estar em situação tão chata... Em todas as hipóteses montadas em sua cabeça a palavra de ordem era desistência. Resumindo era um homem fraco, merecia a situação. Passou seu cartão e começou sua rotina. Afinal tinha muito o que fazer para perder tempo com um vagabundo.
Do outro lado da cidade o menino espera um arquivo para finalizar uma revista, estava ansioso, pois era seu primeiro trabalho. Ainda lembrava do “cara da agência” sendo chato com ele no dia anterior. Ele ouvira que não sabia nada de gráfica, e teve que ouvir calado, pois é um grande cliente e ele realmente sabia pouco. Mas ele estava empenhado no trabalho.
Em outro estado uma mulher caminhava para o trabalho como peito apertado. Há mais de 8 meses o esposo havia sumido. Ele não soube encarar a crise. Mas foi um ano complicado. A falência, a morte do filho e o incidente com o seu “melhor amigo” e ela... Só de pensar no assunto ela sentia uma certa tontura. Nunca conseguiu explicar que nada acontecera, mas a ele ficou cego ao ver os dois se encontrando no meio da tarde. Ela nunca conseguiu explicar que casa era aquela onde ele os viu entrando no meio da tarde. Onde estaria o seu marido? Estaria bem? com este pensamento ela chega a casa onde agora trabalhava como empregada doméstica.
Sentado em sua mesa ele só pensa no trabalho do grande cliente. Era raro aquela empresa enviar um trabalho para eles. Só mandava impressos simples, não acreditavam na qualidade de sua gráfica. E logo agora que estava com um funcionário novo!! O menino é esforçado, e ele ensinou tudo o que sabia para ele, mas segundo o cliente tinha falado no dia anterior, os softwares que sua gráfica usavam não eram adequados.O cliente falou mal do pobre menino e praticamente pediu a cabeça dele se o trabalho não ficasse de seu agrado. Como ele mandaria embora o garoto? Mas o cliente é muito importante..
Andou o dia todo e não aguentou o cansaço. Sentou nos degraus de entrada de uma empresa, mas aparentemente esta estava fechada.. sem movimento... Não sabia mais o que fazer, por algum tempo procurou emprego em diversas empresas, depois de alguns meses seu dinheiro acabou, foi levando a vida com alguns bicos até chegar aquele dia. Por falta de pagamento foi despejado do hotel de quinta onde estava vivendo. Depois de uma noite me um albergue, onde levou uma surra no meio da noite ao tentar defender seu patrimônio, que hoje se resumia em uma mala, ele resolveu sair a procura de algo. Mas sua aparência estava péssima. Ao pensar isto um rapaz quase passa por cima de sua cabeça ao entrar na empresa. Pelo seu olhar de desprezo ele deve ter considerado que ele é um indigente. Ele pensa que este é o exato momento de sua chegada ao fundo do poço. Mas se recorda de um outro momento há alguns meses, quando no meio de uma tarde via a cena.. “Melhor esquecer!!!” é o grito que ecoa em sua mente.
Se passam alguns anos e ele está trabalhando em uma nova agência. A proposta foi muito boa e ele realmente merecia. Agora estava desfrutando os melhores anos de sua vida. Não sabia como tinha ficado tanto tempo em meio a gente tão estúpida. Agora ele estava no paraíso. Pouco trabalho, clientes famosos... Era seu terceiro mês no novo trabalho, apesar de alguns contra-tempos ele estava gostando. Seu chefe não era lá muito inteligente a seu ponto de vista. Em pouco tempo aquele cargo seria dele. Aliás, seus amigos de trabalho também não eram lá muito bons. Ele seria o grande nome desta empresa em pouco tempo! O telefone toca e seu chefe o chama, o que será que esta anta quer? Ele o chama a sua sala, lá entrega alguns papéis e explica que venceu seu tempo de experiência, que seu trabalho era bom, mas infelizmente não se encaixou no perfil da empresa.
E lá estava ele sentado na sala de espera de um importante cliente. Quem o viu há alguns anos atrás, nunca imaginaria que o homem sentado em uma escada, totalmente sem rumo, conseguiria dar a volta por cima. A humilhação daquele dia o deu forças. Conseguiu se reerguer do nada. O contato com o fundo do poço lhe levou a conhecer pessoas de diferentes formações e com diferentes histórias. A idéia de montar uma empresa com as pessoas que estavam ali no fundo do poço com ele era meio utópica, mas quem sabe. E ali estavam! São recebidos por um jovem rapaz, muito gentil que no futuro ele soube que tinha começado em uma pequena gráfica e hoje era quem comandava o departamento de marketing daquela empresa. Ele iria lhe apresentar o consultor administrativo. Ao entrar na sala seu coração dispara, era seu “ex melhor amigo” a vontade era de matar, gritar, mas ele conseguiu ser profissional e levou a reunião até o final, fechando o contrato. Quando todos se levantaram o consultor pede para lhe falar em particular, ele apesar de não gostar da idéia fica. Horas de conversa depois dos velhos amigos se abraçam aos prantos.
Depois de apresentar o prestador de serviços ao consultor o jovem diretor de marketing caminha para o departamento de recursos humanos. Iria entrevistar alguns candidatos. Por alguns momentos pensou sobre a cara de espanto que o consultor e o prestador de serviço apresentaram ao se encontrar, mas quando foi reparar melhor eles estavam com feições sérias típicas destes “tiozinhos” de negócios. Ah.. eles se entendem! Seria interessante para a empresa utilizar o material reciclado que aquela empresa estava oferecendo! O trabalho social deles era muito bom e seria melhor ainda se associado a imagem da empresa onde ele trabalha. Ao abrir a porta o primeiro candidato que vê é o diretor de arte que o fez perder seu primeiro emprego.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Nada de novo

Sem nada novo a dizer volto a cena, não consigo ficar calado o que as vezes é uma pena.
Quem fala demais dá bom dia a cavalo e quem dá idéia a mané manda tudo pro ralo.
Deixa quieto, muda o rumo da prosa, faltou assunto ofereça um rosa
Não proponho revolução, é pedir demais pra uma canção
Nada de novo eu tenho a dizer, mas precisava disto para viver
É como o ar nos meus pulmões se renovando de frente pro mar
Nada de novo...
Nada...
No segundo ato volto de fato, sem holofotes dou meu recado
Nada de novo mas tô renovado. caminho na rua sorriso estampado.
Desço a ladeira, dropo sem medo, vento na cara, o sorriso não para.
Neste momento eu sei quem eu sou. olha pra frente, é pra lá que eu vou.
O que deixo pra trás são marcas no asfalto lembrando a todos que vim lá do alto
E é pra lá que volto a cada sessão.. esta sim é minha missão: recomeçar...
A cada volta chegamos ao ponto de partida...
No fim de cada ladeira há sempre uma subida.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Aos melhores momentos

Mais de uma vez ouvi a analogia de nossa vida com uma viagem de trem, onde escolhemos em que vagão viajar, ao lado de quem sentar, que pessoas descem em estações pelo caminho e outras sobem ao trem... Me agrada tal descrição. Não sei explicar o motivo que me fez lembrar disto neste momento, mas de repente me vieram a mente alguns vagões onde eu escolhi viajar, alguns que saltei antes da estação planejada e outros em que entrei de olhos vendados. O que posso falar de cada vagão é que consegui algo bom de cada um. Por mais que a memória possa me trazer uma primeira imagem negativa da fase/vagão se paro para analisar, algo bom surge.
Neste momento me recordo o que me fez lembrar a “analogia ferroviária”, foi uma breve conversa que tive no trabalho que despertou este "espírito de escritor de auto-ajuda" (risos). Mas o resumo da breve troca de idéias e do ainda mais breve texto que você lê neste momento é: estamos preparados para as coisas boas?

Afinal: "Quando o melhor momento chegar, vai entrar sem bater e chão vai tremer alto como um trovão..." - Nação Zumbi

Escrito ao som de Bossa Nostra - Nação Zumbi

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

o tempo

Era apenas um rapaz simples e gostava disto. Não precisava de muito para viver, bastava um pouco de dinheiro para ter o luxo de sair nos finais de semana e nem precisava de muito dinheiro para satisfazer suas vontades. Sair com os amigos e terminar a noite em uma boa conversa fazia com que um sorriso surgisse no caminho de volta para casa. Era feliz na medida do possível, o que o levava a ser uma pessoa privilegiada, pois não estava a procura da felicidade utópica que muitos procuram, onde não há espaço para dor, tristeza, desilusão, erros.. estas coisas que ele encarava como parte do todo. E com este sorriso estampado na cara passou alguns anos. Até a cara metade encontrou. Mas o tempo quase retirou o sorriso de seu cotidiano em um certo momento. Com o passar do tempo as necessidades mudaram, o custos aumentaram e ele começou a encarar o mundo de forma diferente, ainda sorria, mas estava tudo mudado. O tempo antes reservado ao sorriso foi sendo tomado por pensamentos “sérios”, o espírito sorridente ainda vivia ali, mas passava a maior parte do tempo escondido. Afinal as cifras precisavam chegar, o mundo tem que girar. No início o labor era prazeroso, o sorriso convivia com ele, mas o tempo mudou tudo, talvez nem tenha sido o tempo, mas tudo mudou. O trabalho antes em função das coisas simples passou a ser em função das cifras, pois elas poderiam, no seu novo modo de ver o mundo, comprar os momentos destinados ao sorriso. Mas um dia olhou para o lado da estrada onde estava viu pessoas sorrindo, lá estavam deitados em um gramado com os sorrisos no rosto. Pensou em converter o momento em cifras e não soube fazer a conta. Passou dias a pensar e enfim o tempo lhe mostrou que no fundo ele ainda era simples. Viu que não precisava de muito para viver e na contra-mão passou a andar contrariando a todos a sua volta. E em uma noite, voltando para casa depois de um papo animado com os amigos olhou pelo espelho do carro e constatou uma só coisa: ele é um homem simples.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Instantes preciosos

Depos de algum tempo o saudozismo faz com que eventos do passado tenham um brilho diferente. Tais momentos ganham uma áurea mágica que em conversas de fila de banco são traduzidos pela frase "eu era feliz mas não sabia...". Aliás
creio que nem existam mais filas de banco como antigamente, pelo menos no banco que infelizmente tenho que frequentar existe um "super moderno" sistema de senhas e cadeiras para os "clientes" aguardarem. Agora descrevendo a cena de pessoas sentadas lado a lado com cara de tédio e indiferentes aos demais sinto até falta dos papos de fila de banco os meus tempos!! Pô! Eu era feliz e não sabia!!
Este é o problema em questão, a glamourização do passado e a eterna espera pelos tempos melhores que um dia, "queira Deus", virão.
Economizamos para o futuro, trabalhamos loucamente para descansar no futuro, sonhamos com o futuro e quando não estamos olhando para o amanhã, paramos para nos recordar dos bons tempos que se foram sem percebermos que eram mágicos.
O agora é consequência. Uma ponte entre a maravilha que não demos valor
e o grandioso futuro que estamos construindo. Torcemos para que este agora seja breve.
E em um estado de hibernação seguimos em frente, afinal no futuro poderemos desfrutar do que estamos plantando.
Deveríamos abrir o presente e ver o que temos para o agora. Olhar de outra forma o dia de hoje, pois ele é o resultado do que plantamos ontem e pode até ser o dia mágico do qual nos recordaremos amanhã. (O que está fazendo agora??)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

uni-duni-tê?????

E ali estava nosso herói em uma situação cliché: parado em frente a uma bifurcação da estrada sem saber por onde seguir.
Já havia pensado em diversos tipos de escolha. Cara ou coroa, "uni-duni-tê", "mamãe mandou"... Mas tinha um certo receio de jogar seu destino na sorte. Métodos científicos ele desconhecia, e também não encontraria meios para tal ali no meio do nada. Pensou em apelar para a religiosidade, esperar um sinal divino. Mas já tinha se passado meia hora e nada.
E ali estava. Parado.
Tinha pedido informações sobre o caminho, comentaram sobre ser uma "árdua e longa caminhada", mas ninguém falou sobre uma bifurcação.
Resolveu ativar o “modo místico”! Cerrou os olhos, forçando a vista e olhou para as duas opções a procura de um caminho “mais iluminado”: nada. Ambos idênticos, mesma vegetação, mesmo tipo de estrada.
Pensou em ver as marcas de pneus ou pegadas no chão. Era aparentemente igual o número de marcas no solo.
“Ééhhhhhhh.... “ foi seu pensamento. como um suspiro mental que se traduzido seria: “agora é comigo mesmo!” e escolheu um caminho e por ele foi em frente. O fato de não saber ao certo o que encontraria no final era um fator positivo, foi o que pensou durante a caminhada. E o caminho não foi fácil. Em certos momentos gostou do que viu e em outros chegou a pensar que tinha feito a escolha errada. Mas agora o jeito era ir em frente.
Depois de muito tempo chegou o final da estrada. O local não era bem como esperava, mas no geral o agradou muito. Ao encontrar a primeira pessoa ele questionou se tinha escolhido o caminho certo e esta o respondeu: Para chegar aqui, sim!

sábado, 12 de julho de 2008

Você está acordado?

Assunto recorrente: insônia. Creio que por sofrer deste mal, eu comecei a me interessar sobre tudo que fale sobre o sono. Longe de ser um expert, sou apenas um curioso. Mas pode acreditar que tudo o que pintar em minha frente sobre o assunto eu vou me interessar. Filmes, livros, revistas, conversas de boteco... tudo o que pintar, afinal como durmo pouco terei tempo para estudar sobre o assunto.

Mas a grande pergunta que sempre me vem a mente é: eu estou acordado?

A pergunta parece simples de ser respondida, mas se pararmos para”analisar” pessoas com um simples “fiozinho desligado” veremos que o que temos como verdade as vezes não é bem a realidade. Boa parte de minha vida estive sobre o mesmo teto com uma tia avó que teve problemas na juventude o que a levou a viveer e chegar a velhice com uma noção distorcida de nossa realidade. Viveu boa parte do tempo dentro do espaço de nossa casa. Ás vezes ia ao centro da cidade com minha mãe, raramente a casa de algum parente. Desde pequeno a situação dela me deixava perplexo. No dia a dia aprendi a aceitar a sua dificuldade perante o mundo, mas era algo muito estranho e intrigante, pois ela estava por um fio da “normalidade”.

E então, volto a me perguntar: estou acordado?

Será que minhas verdades são vistas por outros como atitudes anormais? Nem é o caso de se importar ou não com a opinião alheia, mas se eu parar para pensar não consigo dormir.

O padrão estabelecido é o correto? Nossa vida se resume ao “plano desperto”? torço para que isto seja verdade, pois dificilmente me recordo de meus sonhos... Já nos sonhos eu me recordo de quem eu acho que sou.

Acho que o ponto principal de minha grande dificuldade para dormir é que tudo se resume a estar acordado. Quando coloco a cabeça em meu traveseiro para me desligar por umas horas sempre um pensamento sobre o que fazer ao acordar atrapalha o sono. E ali estou eu, novamente desperto e irritado com isto, pois tenho que dormir logo para acordar.

E então penso em aproveitar o tempo acordado. Boa parte do que escrevi em minha vida foi desta forma. Se não fiz na insônia o pontapé inicial da idéia surgiu ali. Na dúvida entre dormir e acordar surgem as idéias. Porém pelo pouco que li a falta do sono me atrapalha e muito.

Nova pergunta: por que ainda estou acordado?

Agora parece que cheguei a conclusão que estou acordado e que devo domir. Só posso estar acordado, pois me recordo de poucos sonhos, mas em nenhum deles passei tanto tempo em frente a um computador digitando um texto. O “reino onírico” não oferece algo tão maçante... só posso estar acordado!

O jeito é dormir.. para depois acordar e voltar para a realidade. Mas o que é real?

sábado, 21 de junho de 2008

"SÓ estou olhando..."

Aquela calça era um marco em sua breve existência. E lá estavam os dois, frente a frente, apenas um vidro o separava de sua realização como pessoa. Ele estava parado em frente a vitrine há alguns minutos e a mocinha que chegou até ele para perguntar se “podia ajudar” o olhava novamente de dentro da loja.
Ela insistiu para entrar, mas ele respondeu secamente que estava apenas olhando, mas mesmo assim ela olhava para ele com um sorriso no rosto. Sua mãe nunca aceitaria, com certeza viria como discurso de como a vida não é fácil e coisas do gênero, mas ela não entendia! Afinal foi ela que comprou todas as calças que ele usou durante sua vida, era dela a culpa dele não ser um cara descolado. Mas isto iria mudar.
Pensava sobre como iria falar para ela onde o salário do mês foi gasto, não via solução. mas estava decidido: aquela calça seria sua. Até um tempo atrás ele não sabia como o mundo funcionava, como foi tolo. Via os caras da escola sorrindo em um canto com seus celulares e roupas diferentes e isto o motivou a escolher algumas roupas na última vez que foi com sua mãe as compras. Ela estranhou ele querendo as roupas um pouco mais caras do que as de costume, mas aceitou.
Chegando no colégio foi até a galera e eles não deram muita bola. Quando perguntou a um dos meninos no intervalo ele recebeu a resposta: vc não tem estilo e ainda usa estas imitações. Agora ele entendia! Pesquisou e em algumas revistas soube o que era interessante ter e nesta lista estava “a calça”.
E ali estava na frente da vitrine, a calça não era muito diferente das que sua mãe comprava a primeira vista, mas aquele pedaço de tecido não era aperas uma calça, era diferente, era o passaporte para sua nova vida.
E a vendedora continuava olhando para ele através daquele vidro.

domingo, 1 de junho de 2008

Eu versus Eu!

Ai está a grande batalha, a luta diária. Uma luta sem vencedores, mas sempre com um perdedor. A grande farsa está diante de seus olhos quando você olha de manhã para o espelho ao escovar os dentes. A cada movimento da escova, a cada vez que infla seus pulmões com ar esta a farsa aumenta. Apesar de parecer que estou te atacando com este texto, acredite, o ataque é contra o superego, esta “coisa” que se tornou a “realidade” de todos.

Muitos dizem que não assim, que são autênticos, mas a cada momento as pessoas vivem pensando no que todos a sua volta irão pensar. Apesar que, tais sentimentos auxiliam muito na vida em sociedade, mas isto leva a pensar: conhecemos alguém?? nos conhecemos??

Ás vezes é difícil assumir, mas todos temos uma porção de Jack e de Tyler, só não sabemos qual priorizar na maior parte do tempo.
Tentamos viver entre o eu privado e o eu público em uma dualidade entre auto-imagem independente e interdependente uma eterna luta onde nem nós sabemos o que priorizar. Cada um de nós constrói sua “auto-imagem residual” para apresentar ao mundo. Esta nem sempre está próxima da realidade.

Desde o cara que é submisso no dia a dia e se torna um líder no futebol de final de semana ao executivo que se torna um motoqueiro, todos temos isto e creio que se bem administrado pode ser algo muito bom para a vida de cada um.

Estou tentando apontar soluções? Quem sou eu!!! estou bem longe desta intenção. Tento apenas incitar a discussão interna entre “nossos eus” para que cada um tente pesar os dois lados e ver o que é melhor para sua vida. Mas creio que no fundo isto é uma grande briga com meu superego , um dizendo pra mandar tudo a merda e o outro dizendo que “temos” que tentar nos comunicar com o mundo, fazendo um texto interessante com citações de filmes e alguns links pescados na net via google, o grande oráculo mundial. Um lado achou razoável e o outro achou tudo isto sem o menor sentido e nenhum dos dois lados acha que ganhou alguma coisa com isto.

O que acabei pensando com a reflexão proposta é que podemos viver dentro ou fora do barril, cada um escolhe o melhor.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O vocalista

Naquele momento ele estava realizando o que sonhou por algum tempo, enfim estava em seu lugar de direito, o palco era seu! Não importa se lhe chamaram para um backing vocal no meio do show e ele acabou ficando para cantar a próxima, não importa se pouca gente conhecia a música. Ele estava ali para apresentar o que é bom para os mortais. A sua vida seria dividida entre antes e depois deste dia. Todos o respeitarão a partir de agora, verão que ele tem o dom. Antes disto só seus pais tiveram o prazer de ouví-lo durante os longos banhos.
Em sua frente estavam os 20 e poucos sortudos para assitir este fato histórico, o início da sua carreira artística. E começa o som.. batera chama na baqueta. em dois tempos a guitarra entra aguda... Dois tempos depois vem a linha de baixo.. Agora era sua vez. mentalmente ele conta: “1, 2, 3 e vai!!”

Uma leve falha em sua voz quase coloca tudo abaixo, mas ele conseguiu, está cantando! Segurando a onda para não desafinar ele segue bem. Consegue ver um ou dois sorrisos na platéia, a menina de blusa vermelha até esboça uma dança. Ele não se sente muito seguro, mas vai bem.

Já era! primeira estrofe terminou! Meio sem graça ele balança o corpo acompanhando a banda.. Já está se soltando, os caras sorriem, o vocalista que está sentado no canto do palco faz um sinal de positivo para ele. Vem a segunda parte.. Ele entra bem! Se soltou um pouco mais, afinal ali é seu lugar! Arrisca uns tons acima e desafina de leve, mas ninguém se importa.. as pessoas estão gostando!

Chega o refrão e ele está em sua melhor forma!! Na segunda frase ele arrisca tudo e grita: “todo mundo comigo!!!!”. Ao encarar a platéia com o microfone virado para eles, ele sente todos os olhares. O carinha com a cerveja na mão que estava do lado direito do palco conversando com uma garota pára espantado e olha diretamente para ele, assim como a garota. A menina de blusa vermelha pára de dançar e em meio a risinhos comenta algo no ouvido de sua amiga que começa a gargalhar. Em todos os cantos ele vê pessoas rindo.

Volta o microfone para seu lado e canta o resto do refrão com muita cerimônia, totalmente sem jeito. E assim vai até o final da música, sem coragem de encarar a sua platéia de frente. Agradece a banda que o encara com um certo ar de desaprovação e riso, desce do palco entre alguns tapinhas nas costas e risos e se dirige direto ao bar para se esconder atrás de um copo, em sua mente apenas uma frase ecoa:

Todo mundo comigo... todo mundo comigo... todo mundo comigo...

sábado, 17 de maio de 2008

mano negra

Hoje por alguns minutos tive as mãos de minha avó entre as minhas.. observei calmamente os desenhos que o tempo ali fez. E vi uma beleza indescritível naquelas mãos. Calado pude ler toda a história de uma vida ali, lembrei das coisas que minha mãe contava de sua infância, como ela foi guerreira ao criar suas 3 filhas depois do falecimento de meu avô. apesar de todo encantamento que senti não resolvi escrever para exaltar a história de vida de Dona Bela, apesar da vontade de sair gritando minha admiração a todos que passam, mas gostaria de lembrar sobre todas as histórias de vida que nos cercam e deixamos passar sem dar muita atenção. Aos velhos que vivem em asilos, aos que por um motivo ou por outro acabaram nas ruas, aos que vivem em suas casas com todo o conforto possível mas sem nenhum contato com seus filhos. A eles dedico este texto.
Sentimental? Talvez... Mas posso dizer que a cada dia que passa dou mais valor a esta “falida” instituição chamada família, por mais que alguns gritem que não é algo sólido, por mais que o tempo a cada dia esteja mais escasso para estarmos perto dos nossos. Deixo pública minha admiração aos meus.
Perfeitos? Não. Elogio generalizado? Não.
Sei que existem caso e casos, mas, salvo exceções, creio que é uma instituição para se confiar. Basta ter um pouco de boa vontade e acima de tudo sinceridade para fazer “a coisa” andar. O que falta em tudo para dar certo sempre é isto: sinceridade.

Mas sinceramente, acho que pouca gente vai me entender.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

conto adolescente

Sempre tentando fugir do estereótipo do jovem bobo, ali estava ele parado sem saber o que falar. Nada inteligente vinha a mente. Ele estava há alguns segundos olhando fixamente para os olhos da menina sem saber o que fazer. Desviar o olhar? Falar alguma coisa?

Antes daquele momento ele já tinha visto esta garota, mas foi ali que realmente notou quem era ela.. Se ele não fosse um cara tão cético e convicto de suas crenças ele poderia falar que naquele exato momento os viu em uma bela cena no futuro, sorrrindo e caminhando de mãos dadas. Mas não! Não viu isto! Uma afirmação desta ia cair naquela conversinha romântica de “amor a primeira vista”, o que tecnicamente seria mentira, pois já a tinha visto antes.

Mas ainda continuava olhando... por sorte não estavam tão próximos. Ela lá longe na margem do rio e ele ali em uma guerra de lama com seus amigos. Ele era tão seguro de si que achava a brincadeira infantil uma coisa muito madura, não se importava em fazer coisas consideradas idiotas pela maioria dos jovens de sua idade contanto que fosse algo divertido. E tinha encontrado sua turma, todos ali cobertos de lama e ele ali parado sem saber o que fazer em meio a algazarra.

Foi neste momento que um punhado de lama o atingiu, tirando ele deste momento constrangedor. a salvação em forma de barro o trouxe de volta a realidade e ele voltou a brincar com seus amigos. Neste momento ela deu um trago em seu cigarro, olhou para o lado e retornou a conversa com um de seus amigos.

E a vida continuou.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O fim do silêncio?

E então, ali de seu canto.. ele gritou.
Esta vontade surgiu de repente, assim do nada, como boa parte das vontades deixadas de lado surgem. Mas desta vez ele agiu: botou a boca no mundo.
Gritou desesperadamente. Queria chamar a atenção do mundo para seu urro gutural, que poeticamente mostraria a todos sua indignação perante a tudo de errado a sua volta. Assim pensou antes, durante e segundos após seu grito/manifesto.
Mas o grito durou muito durante os 5 segundos em que ele esteve com a boca escancarada e soltando todo o ar de seus pulmões. Durou o tempo exato do “vídeo”, com cenas que o incomodavam, que passou por sua mente enquanto seus olhos estavam cerrados. Durou o tempo que ele achou necessário para que o mundo olhasse para seu canto. para que todos entendessem sua indgnação. 5 segundos.
Ao abrir os olhos... ali de seu canto, pode ver que algumas pessoas que estavam próximas, realmente olharam para ele. Mas neste momento todos voltaram a seguir seus caminhos... levando na memória o “louco que gritou”.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

motivos??

Escrever.
Uma terapia? Uma fixação? Exposição exagerada? Loucura?
Sinceramente ainda não consigo descrever o motivo da existência deste blog, acho que o fato de me comunicar, seja lá com quem for, é o que me leva a “postar” textos...
Um tanto frio, confesso, mas é alo bem interessante saber que em algum momento este agrupamento, as vezes não muito lógico, de sinais gráficos vai entrar na cabeça de alguém e fazer esta pessoa pensar em algo me satisfaz. Certo que pode pensar coisas erradas a respeito do autor, caso não consiga organizar bem as letras, palavras e parágrafos... mas o desafio me agrada.
Pronto! Se chegou a este ponto consegui informar alguma coisa. Não que esta informação vá mudar sua vida, mas a introdução se foi... Agora no argumento proponho um comparativo entre outra forma de comunicar, a tal comunicação visual. Seja ela corporativa ou artística, o visual é mais direto. De cara o receptor da mensagem sabe se gosta ou não do que lhe é informado. Por exemplo o desenho de um rosto.. é só bater o olho e a pessoa sabe se aquilo a agrada. A introdução é o todo.
A partir desta introdução, o receptor começa e estudar o argumento e tentar entender por que aquilo o agradou ou não. Vê o traço, os detalhes, textura, técnica.... enfim chega a conclusão.
Isto tudo em questão de segundos!
Já com o texto.. todo texto é uma mancha sobre um folha.. ou neste caso caracteres sobre uma tela.. mas o caso é que todo texto é igual a primeira vista.. Depende do designer acrescentar elementos para atrair como imagens, estilo de fonte, diagramação... mas pode-se dizer que em alguns casos isto é um tipo de enfeite para pavões. A mensagem escrita predomina. Você pode pegar um mega designer para diagramar uma revista, mas se o escriba não for coerente...
Mas para esta analogia penso no texto cru.. mensagem escrita em sua forma pura...
O visual é direto. sem muitos rodeios.. já para a escrita, precisamos chegar com cuidado.. tentar em um parágrafo mostrar ao receptor da mensagem o que está por vir, incitar... cutucar... chocar... CONQUISTAR. Convencê-lo de que os próximos minutos (ou horas.. dias..) podem trazer algo bom para esta relação comunicativa...
A comunicação escrita se torna mais complicada, pelo menos para mim, pois requer conhecimento de regras que no visual, devido a profissão, eu já consiga fazer sem muito esforço... Não que esta coisa direta do visual seja simples de se executar, que seja a forma mais simples de comunicar. Mas a escrita exige um pouco mais... Talvez por isto eu enrole tanto nos textos.

Agora chegamos a parte da conclusão e posso dizer que ambas as formas de comunicação são difíceis! comecei o texto pensando em falar que a escrita é mais complicada, exige mais.. mas no meio do caminho meus pensamentos foram para a composição artística onde muitos com a ajuda de semiótica e ciências correlatas conseguem “ler” além do que se vê de cara (introdução) e com estes conhecimentos consegue ver o desenrolar da mensagem (argumento) e chegar a mensagem final (conclusão) com uma impressão que pode ser diferente do que se teve a primeira vista. Resumindo: com o conhecimento de regras a leitura visual é tão complexa quanto a escrita... Agora você, caro receptor, pode pensar que a escrita se tornou mais direta. “É ler e pronto!”. Mas... passamos anos sentados em carteiras desconfortáveis engolindo regras de comunicação para entendermos a tal escrita.
As respostas para as dúvidas iníciais? Por que escrevo?? Fiquei ainda mais confuso! Acho que escrevo aqui para tentar aprender. E você, por que leu?
Douglas Dias (sem bibliografia de apoio... aceito sugestões)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

imagem do cabeçalho...



- primeira imagem
Inicialmente não tive vontade de fazer um cabeçalho "elaborado" no blog.. usei o padrão, apenas com o título. Agora, voltando das férias tive vontade de mudar, mas não será o mesmo sempre. a idéia é mudar... Deixar algo que tenha a ver com a fase, que acrescente ao texto. Esta imagem "cabeça" (e nada bonita) não tem nada a ver com alguns dos textos (descompromissados) publicados no blog, mas o nome do blog me fez questionar alguns momentos de falta de raciocínio. E só nos resta perguntar a pessoa que vemos no espelho logo pela manhã: penso? existo??

sexta-feira, 18 de abril de 2008

...

...e de repente tudo vem abaixo. Dinheiro, carreira, família, nomes, fatos e tudo o que momentos atrás poderiam ocupar seu pensamento perdem totalmente o sentido. Só a falta preenche sua mente. até o que mais lhe incomodava faz falta. O vazio é tão grande que toma todo o espaço a sua volta e a cada dia aumenta mais e mais. Como um buraco negro sorve tudo o que está próximo. tudo é nada e este nada se torna a sua vida.
O que lhe resta é viver este vazio e tentar valorizar o passado que agora parece tão repleto de coisas boas. E nós que achávamos que não era nada....

quinta-feira, 20 de março de 2008

vazio

Não sei o motivo, mas escrevo. assim como não sei o por quê de muitas coisas e acabo as aceitando. Não sei nem mesmo se alguém vai ler, se alguém verá sentido. Simplesmente o faço. Sem me importar com a construção poética ou com a gramática vou desenvolvendo um pensamento que na realidade é o “não pensamento”, sem questionar vou escrevendo torcendo para que alguém entenda este tão recheado vazio, este momento de entrega, este pedido de socorro silencioso em um canto da grande rede. O mais silencioso dos gritos ecoando em meio ao vácuo, do vazio que é elemento central deste “não texto”. Não imaginava a falta de assunto como um tema tão difícil de descrever, creio que digitar três pontos (...) ou mesmo dois parênteses (( )) representariam a mesma coisa, resumiriam este texto. Mas resolvi escrever.å

quarta-feira, 12 de março de 2008

insone

Desde cedo durmo tarde. E com o tempo foi ficando mais difícil. Me tornei um insone.
Difícil de pegar no sono e fácil de despertar, não são raros os dias em que quando estou pegando no sono algo vem a mente e o corpo desperta. Não sei explicar com dados científicos, mas é assim. Eu desperto.
Se não fossem os horários a cumprir ficaria bem tranquilo, pois nestas noites insones minha mente funciona bem. Do corpo não posso falar o mesmo, uma sensação de anestesia toma conta da velha carcaça. Nestas noites já escrevi, desenhei, tentei fazer vídeos, tentei tocar violão, conversei com amigos distantes e acima de tudo pensei. Talvez seja um delírio ou até mesmo um sonho bom esta coisa de achar que a mente funciona bem durante as crises de insônia, mas acho que é o que me resta, ver algo bom nestes momentos. Só sei que o tempo voa e sinto que estou desperdiçando esta rara moeda contabilizada por relógios.

terça-feira, 4 de março de 2008

memórias...



Memórias...
Ás vezes me sento em um canto... Quieto... E tenho lembranças estranhas.. Em rápidos flashs volto a momentos bons e ruins de minha normal existência.

De repente estou de bicicleta na rua de casa, ela nem era asfaltada.. correndo atrás de minha super bicicleta (sorteada no albúm do Paulistinha) está Cristina. Como sempre minha vizinha está com sua longa trança balançando e seguindo freneticamente seus movimentos... É uma tarde ensolarada a luz forte atrapalha a visão e aquece minha face, mas eu me concentro para não cair da bicicleta.Sei que estou seguro, pois ela está segurando na “garupa” me equilibrando. Olho para trás e vejo a Cristina meio distante... Estou andando de bicicleta sozinho!!! Sozinho!! Meu sorriso deve estar até engraçado... Meu rosto deve estar todo arreganhado de tanta felicidade, uns 10 metros depois encontro um barranco no canto direito da rua. Adeus sorriso. Como arde meu joelho.

Agora caminho sobre o viaduto da Duque de Caxias em Bauru, é a primeira semana de aula... Eu careca como todo bicho com o grande sol queimando minha cabeça. Quem é aquela menina do outro lado do viaduto? Estranho.. parece que a conheço.. Sigo em frente.

Volto alguns anos e estou sentado em um freezer de schincariol.. deve ser 1994.. conheço pouca gente na festa, mas 8 reais e beber a votade não é todo dia. Cerveja meia boca.. mas é festa! A banda é de amigos, nos chamam para uma canja e eu bebaço solto a linda frase: “a gente não toca cover.. nem alfacer...”.. triste.. triste..

Olho pra frente e vejo slides. Aula de história da arte com a diretora do depto. Dra. Cleide. Estava voltando do Baiano.. entrei na aula atrasado.. tinha tomado diversos “pés queimados” (bebida típica do boteco em frente a unesp de Bauru.. sei lá o que vai naquilo...) com o Simon. Fico curioso e começo a perguntar.

Tenho 2 ou 3 anos.. Muita gente em casa... saio em meio a multidão e ninguém liga pra mim. Vou pra rua. Atravesso e vou para o lado da casa do “Seo Laurindo” tem um terreno com algumas frutas.. Goibeira.. Entro.. Vou até o fundo do terreno, é do lado da linha de trem. Medo. Começo a chorar. Depois de algum tempo me acharam. Só sei que era 19 de novembro.

Acordo numa sala estranha.. mas me sinto em casa.. No sofá ao lado está uma moça baixinha... Ela dorme.. Boca entreaberta.. A luz da tv ligada ilumina o lado esquerdo de seu rosto, gosto muito do que vejo. Será um sonho? Gosto deste lugar... Olho a minha volta e vejo dois carros prata na garagem, um piano (!?), me sinto em casa.. Volto a dormir.

Depois de uma piscada,volto a olhar pra frente.. tem gente “pracarai” neste lugar... o palco é enorme... do lado esquerdo vejo o guilherme com a camisa do AEA.. do outro o irã do lado do tom... o batera parece o pepa e bate a baqueta 4 tempos . Começa o som.. conheço a música! Se chama Wake up. Já que estou com um microfone na mão.. o que me resta é cantar.
Quem sou eu?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A arte do ócio...

Creio que devem existir livros, teses, teorias, cursos, workshops sobre a grande arte de não fazer nada... aliás.. se existir algo assim não tem o menor sentido! Seria uma verdadeira anti-tese!!
Mas este texto mostra que é algo difícil esta coisa de nada fazer... Neste momento, estou em um local não apropriado para elaborar pensamentos, escrever textos... o Bar!
Local perfeito para o ócio.. e para momentos de criatividade pura e solta...
Mas o grande fazedor de nada resolve formalizar seu ócio.. escrever sobre ele!!
Um grande fracassado na arte de fazer nada! Ao invés de pedir um chope fico tentando organizar pensamentos para “colocar no papel”...
Tento me convencer que o problema é a falta de minha companheira das horas boas e ruins.. ou de algum hermano para o bom e velho chope com prosa... tomara que seja isto! Não me imagino fracassando na grande arte...
(cadê o garçom? deve me achar louco a esta altura do campeonato.. desistiu de me atender...)
Mas na arte do ócio com chope eu sou um dos notáveis... daqueles que sentam sós no canto do estabelecimento, mas sem se constrangir... consigo levar o pensamento a áreas nunca imaginadas quando meu corpo absorve o primeiro, cremoso e gelado gole desta bebida que me deixava intrigado quando moleque... Como os adultos podem gostar deste treco ruim??? agora só de lembrar deste pensamento neste exato momento vem um esboço de sorriso no canto de minha boca.. os olhos riem da lembrança, pois a boca não pode se dividir em dois prazeres... tem que se concentrar na temperatura perfeita e no sabor... (caraca!! quem regula estas chopeiras?!? é um mestre!!) Na mesa da frente o casal que espera seu jantar deve estar me achando estranho.. um cara com expressão de felicidade ao dar um gole em um chope? ou acertou na megasena ou é alcoólatra! Isto está estampado na cara da senhora... Pronto!! O copo volta para a mesa...
Estes são os 4 segundos mais longos do dia... Quando a vida pede que todos nos afastemos da grande arte. Afinal temos que entregar os projetos, atender os pedidos, pagar as contas, receber as contas, programar o tempo, entregar orçamentos, almoçar no fast food, cortar, temperar e cozinhar o almoço, pensar no jantar, telefonar para aquela pessoa, atender aquela outra, cortar a grama e, enfim, pendurar aquele quadro que há tempos está no canto da sala..
Cansei. Esta coisa de não fazer nada é meio complicada.. acho que vou procurar o que fazer... (e até agora nada do garçon.. ele deve achar que sou uma pessoa muito ocupada...)

um momento

Naquele exato segundo ele sentiu que estava vivo, foi um pouco antes de lembrar do que estava fazendo e seguir em frente... até terminar. Foi como uma fagulha de energia, um flash, um leve toque de um dedo indicador em seu ombro direito.
Nesta breve pausa muitas coisas passaram por sua cabeça. Mas se perguntar ele não saberá citar nenhuma, como se nada de anormal tivesse ocorrido. Mas ele estava vivo.
O breve momento não foi marcado por dor, nem prazer... seu corpo funcionou plenamente, como foi projetado para funcionar. Sangue fluindo pelas veias, como sempre... Todos os seus sentidos ativos, tudo positivo e operante. Sua visão mereceu atenção neste momento por deixar as cores a sua volta mais vivas.
Ele sabia que estava vivo, mais do que nunca. era como se um “scanner” de três dimensões vasculhasse todo seu corpo a procura de erros e nada encontrasse, toda sua pele estava com poros abertos, os pelos de seu braço arrepiaram e a gota de suor que escorria por sua testa parou neste momento.
A vida corria por todo seu corpo, em um simples segundo de êxtase. Não havia um motivo especial para tal fato, simplesmente ocorreu. Ele poderia estar no trabalho, andano pela rua ou passivamente recebendo as desinformações da tv... Qualquer lugar do mundo poderia ser o palco daquele segundo especial... Mas foi ali. durante aquele ato que já foi repetido diversas vezes, na terceira tentativa veio o tão inusitado segundo.
Foi apenas um momento.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

dizáine??

Design.. palavrinha sempre em voga.. moderna.. super na moda!
As vezes me pergunto o que diabos é isto... sei lá se meus pais sabem definir minha profissão.. culpa minha...

As vezes penso que é uma forma de prostituição da arte, acho que em minha cabeça existe um pequeno punk que me diz que design é a arte "a serviço do sistema"... Mas, analise a arte contemporânea: vernisages... pintores desconhecidos vendendo, ou tentando vender, seus trabalhos em feiras. Todos sonhendo em viver de arte, ou seja: capitalizar sua criação. A diferença é que trabalham com peças únicas... geralmente sem pensar em reprodução em massa.. como os artesão na era pré revolução industrial... Claro que com um grande conceito e propostas revolucionárias por trás de cada obra de arte (será?)

Então o que é o tal design? Se consultarmos Wilton Azevedo (o que é design - livro for dummies, mas com conteúdo desconhecido por diversos dizainers) veremos que design nada mais é que criar algo com foco na reprodução em massa. Sim! arte para "o sistema"!! com S maiúsculo! Sim!! Criação para o mercado!! Sim!! É para vender!!!

Voltando aos artistas... o que aquele hippie com um pano preto cheio de pulseirinhas está fazendo na porta do restaurante?
Doando seus trabalhos??

E aquele CD daquela banda descolada? Aquela que tem um discurso "super politizado"... O que está fazendo na banca de lançamentos das lojas Americanas?

Cada dia que passa sou mais convicto de que nada sei...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

um desenho?

será o fim do mundo?

Pronto! Cá estou!
Entrei nesta "nova onda" para tornar públicos meus confusos pensamentos. Vou me esforçar para manter este blog sempre atualizado, as vezes com palavras, outras vezes com traços...

Não procuro meus 15 kb de fama com este novo espaço, aliás, nem sei o que procuro! Quem sabe seja a lógica em meio a caos que carrego em meu tão pouco usado cérebro...

Espero que alguém entenda...