quinta-feira, 24 de julho de 2008

Instantes preciosos

Depos de algum tempo o saudozismo faz com que eventos do passado tenham um brilho diferente. Tais momentos ganham uma áurea mágica que em conversas de fila de banco são traduzidos pela frase "eu era feliz mas não sabia...". Aliás
creio que nem existam mais filas de banco como antigamente, pelo menos no banco que infelizmente tenho que frequentar existe um "super moderno" sistema de senhas e cadeiras para os "clientes" aguardarem. Agora descrevendo a cena de pessoas sentadas lado a lado com cara de tédio e indiferentes aos demais sinto até falta dos papos de fila de banco os meus tempos!! Pô! Eu era feliz e não sabia!!
Este é o problema em questão, a glamourização do passado e a eterna espera pelos tempos melhores que um dia, "queira Deus", virão.
Economizamos para o futuro, trabalhamos loucamente para descansar no futuro, sonhamos com o futuro e quando não estamos olhando para o amanhã, paramos para nos recordar dos bons tempos que se foram sem percebermos que eram mágicos.
O agora é consequência. Uma ponte entre a maravilha que não demos valor
e o grandioso futuro que estamos construindo. Torcemos para que este agora seja breve.
E em um estado de hibernação seguimos em frente, afinal no futuro poderemos desfrutar do que estamos plantando.
Deveríamos abrir o presente e ver o que temos para o agora. Olhar de outra forma o dia de hoje, pois ele é o resultado do que plantamos ontem e pode até ser o dia mágico do qual nos recordaremos amanhã. (O que está fazendo agora??)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

uni-duni-tê?????

E ali estava nosso herói em uma situação cliché: parado em frente a uma bifurcação da estrada sem saber por onde seguir.
Já havia pensado em diversos tipos de escolha. Cara ou coroa, "uni-duni-tê", "mamãe mandou"... Mas tinha um certo receio de jogar seu destino na sorte. Métodos científicos ele desconhecia, e também não encontraria meios para tal ali no meio do nada. Pensou em apelar para a religiosidade, esperar um sinal divino. Mas já tinha se passado meia hora e nada.
E ali estava. Parado.
Tinha pedido informações sobre o caminho, comentaram sobre ser uma "árdua e longa caminhada", mas ninguém falou sobre uma bifurcação.
Resolveu ativar o “modo místico”! Cerrou os olhos, forçando a vista e olhou para as duas opções a procura de um caminho “mais iluminado”: nada. Ambos idênticos, mesma vegetação, mesmo tipo de estrada.
Pensou em ver as marcas de pneus ou pegadas no chão. Era aparentemente igual o número de marcas no solo.
“Ééhhhhhhh.... “ foi seu pensamento. como um suspiro mental que se traduzido seria: “agora é comigo mesmo!” e escolheu um caminho e por ele foi em frente. O fato de não saber ao certo o que encontraria no final era um fator positivo, foi o que pensou durante a caminhada. E o caminho não foi fácil. Em certos momentos gostou do que viu e em outros chegou a pensar que tinha feito a escolha errada. Mas agora o jeito era ir em frente.
Depois de muito tempo chegou o final da estrada. O local não era bem como esperava, mas no geral o agradou muito. Ao encontrar a primeira pessoa ele questionou se tinha escolhido o caminho certo e esta o respondeu: Para chegar aqui, sim!

sábado, 12 de julho de 2008

Você está acordado?

Assunto recorrente: insônia. Creio que por sofrer deste mal, eu comecei a me interessar sobre tudo que fale sobre o sono. Longe de ser um expert, sou apenas um curioso. Mas pode acreditar que tudo o que pintar em minha frente sobre o assunto eu vou me interessar. Filmes, livros, revistas, conversas de boteco... tudo o que pintar, afinal como durmo pouco terei tempo para estudar sobre o assunto.

Mas a grande pergunta que sempre me vem a mente é: eu estou acordado?

A pergunta parece simples de ser respondida, mas se pararmos para”analisar” pessoas com um simples “fiozinho desligado” veremos que o que temos como verdade as vezes não é bem a realidade. Boa parte de minha vida estive sobre o mesmo teto com uma tia avó que teve problemas na juventude o que a levou a viveer e chegar a velhice com uma noção distorcida de nossa realidade. Viveu boa parte do tempo dentro do espaço de nossa casa. Ás vezes ia ao centro da cidade com minha mãe, raramente a casa de algum parente. Desde pequeno a situação dela me deixava perplexo. No dia a dia aprendi a aceitar a sua dificuldade perante o mundo, mas era algo muito estranho e intrigante, pois ela estava por um fio da “normalidade”.

E então, volto a me perguntar: estou acordado?

Será que minhas verdades são vistas por outros como atitudes anormais? Nem é o caso de se importar ou não com a opinião alheia, mas se eu parar para pensar não consigo dormir.

O padrão estabelecido é o correto? Nossa vida se resume ao “plano desperto”? torço para que isto seja verdade, pois dificilmente me recordo de meus sonhos... Já nos sonhos eu me recordo de quem eu acho que sou.

Acho que o ponto principal de minha grande dificuldade para dormir é que tudo se resume a estar acordado. Quando coloco a cabeça em meu traveseiro para me desligar por umas horas sempre um pensamento sobre o que fazer ao acordar atrapalha o sono. E ali estou eu, novamente desperto e irritado com isto, pois tenho que dormir logo para acordar.

E então penso em aproveitar o tempo acordado. Boa parte do que escrevi em minha vida foi desta forma. Se não fiz na insônia o pontapé inicial da idéia surgiu ali. Na dúvida entre dormir e acordar surgem as idéias. Porém pelo pouco que li a falta do sono me atrapalha e muito.

Nova pergunta: por que ainda estou acordado?

Agora parece que cheguei a conclusão que estou acordado e que devo domir. Só posso estar acordado, pois me recordo de poucos sonhos, mas em nenhum deles passei tanto tempo em frente a um computador digitando um texto. O “reino onírico” não oferece algo tão maçante... só posso estar acordado!

O jeito é dormir.. para depois acordar e voltar para a realidade. Mas o que é real?